Os detalhes para uma apresentação perfeita
Tudo pode tornar-se grandioso, a partir do cuidado com os detalhes. Sim, os detalhes fazem toda diferença e transformam algo comum em especial. Nos concertos da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa é este cuidado que os tornam especiais.
Ao aceitar mais um desafio e fazer uma viagem ao período barroco, a OSBM e seus convidados cuidaram de cada detalhe para tornar esta viagem musical ainda mais verossímil. Foram dois concertos com obras de Bach, o mestre do período barroco. O primeiro, ao domingo, na Sala Cecília Meireles, e o outro, logo em seguida, na terça-feira, no palco da temporada oficial da OSBM, a Igreja Matriz de São Sebastião. Nos dois concertos, o público pôde apreciar mais que uma grande apresentação da orquestra, um momento único, proporcionado pelo cuidado nos detalhes, a começar pela presença do cravo, pela primeira vez junto à OSBM.
Estes detalhes são percebidos nos bastidores, nos ensaios. Durante o concerto, o público se extasia com o resultado de tamanha dedicação. Os músicos da OSBM encararam, com disposição, não apenas dois concertos tão próximos, mas, principalmente, a exaustão dos ensaios para alcançar a perfeição. O repertório desafiante e extremamente complexo, como é da natureza das obras barrocas, necessita de muito ensaio e entrosamento com os solistas. Estes, também cuidaram de cada detalhe.
Percebia-se o esforço em cada um para tornar aquela interpretação perfeita. O cravista demonstrava preocupação, não apenas com sua performance diante de um instrumento tão sensível e que faz parte de seu cotidiano, mas, também, com o som do cravo, o volume. Além do cuidado com o instrumento, transportado com cuidado e carinho pelo solista.
O flautista Felipe Braz adquiriu um bocal de madeira específico para sua flauta, para que o som ficasse o mais próximo dos instrumentos utilizados durante o período barroco. E Daniel Guedes, além de solista era, também o maestro dos concertos. E com maestria, se atentou a cada detalhe para que tudo saísse perfeito, verificando se o som era audível mesmo para aqueles que estivessem mais afastados da orquestra durante o concerto, fazendo uma introdução às obras para que o público não apenas ouvisse, mas também sentisse, com emoção, cada música interpretada.
Ao final de um espetáculo tão cuidadoso e especial, só restava ao público aplaudir. E muito. Como aconteceu na Sala Cecília Meireles e na Igreja Matriz de São Sebastião.
Texto: Beatriz Carreiro
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